domingo, 18 de julho de 2010

ContArte - Contando Histórias e Fazendo Arte




Todos que me conhecem, vivem me ouvindo falar do ContArte. Pois é, estou desde 2006 no Projeto e agora, que se aproxima minha despedida dele, vou falar um pouco sobre o Projeto ContArte e eu.

Minha história no ContArte é longa. E, posso afirmar sem demagogia que boa parte do que sou e a forma como me constituo enquanto pessoa passa pela educação do ContArte. Sim, digo educação pois para poder afirmar que sou uma contadora de histórias, eu passei por todo um processo de educação e desenvolvimento ao longo destes anos em que estou no projeto, desde 2006! O constante contato com os livros, por si só me faz vislumbrar nossas possibilidades, e até as mais simples histórias, as mais descontraídas poesias, se lidas com a alma podem ser agentes se transformação do indivíduo, mesmo que este indivíduo, como eu já tenha passado da faixa etária dos ditos livros "infantis". Mas, visto que neste projeto não nos detemos só nas contações infantis, indo além e atingindo as outras faixas etárias, com os Sarais Literários (participei de 2), eu tive um deslumbre com as poesias, além de que me apropriei de um repertório maravilhoso de boas músicas.. brasileiras! Ah, e como me apaixonei pela poesia!! Como temos poetas maravilhosos em nosso país! Como temos poetas maravilhosos em nossa região! 

Depois disto, é inegável que o ContArte teve sim um importante papel em meu desenvolvimento pessoal. Digo isto, me referindo principalmente ao aspecto cultural, o quanto eu aprendi sobre literatura, e o quanto isso me ajudou em um desenvolvimento "interno", poder-se-ia dizer que através da fruição, sim, eu penso que mesmo enquanto contadora eu estava tendo este deleite com a literatura,  vislumbrei novas possibilidades enquanto pessoa..

A que se falar na questão profissional, apesar de ser apaixonada pela literatura e tudo mais, eu escolhi seguir outro rumo, que penso de forma alguma estar dissociado dessa formação tão consistente que tive no projeto ContArte. ao optar por cursar direito, sinto que o projeto contarte me deu uma sólida formação, me deixou apta em alguns aspectos, que serão incontestavelmente sempre presentes em minha rotina enquanto operadora do direito. E isso posso começar pelas leituras. A sagacidade de que são abudantes os autores infantis, os "insights" de que são dotados, são coisas que sempre me deliciaram, e que por me chamarem tanta atenção, com certeza levarei pra minha vida profissional, afinal a vida é uma história e cada uma a conta de sua forma.. eu farei a minha inspirada em muitos autores! No mundo jurídico, o que se exige é que se vislumbre alternativas, posições frente a algumas situações já então postas. E é nesse aspecto que penso que em muito me aprimorei, pois ao ter contato com centenas de livros, e não 1 vez com cada, mas dezenas de vezes com  cada, vi que se pode desenvolver com bastante astúcia olhares diferentes sobre uma mesma coisa, sobre um mesmo livro, história ou poema, e nesse ponto as crianças foram riquissimas, ampliando meu olhar.  Não obstante isso, a questão do estar perante um público, visto que o projeto vai desde as mais simples salas de aula no interior, até teatros municipais; e aí, em cada momento, para cada contação, com cada público, as vezes públicos da mesma idade, mas com diferentes graus de instrução, nos foi exigido uma postura.Uma postura que viesse atender ao que era esperado pelo público.Foram nestes momentos que desenvolvi habilidades fundamentais para minha carreira profissional, como a impostação da voz, o olhar, sem dúvidas o olhar esse aliado fundamental (acho que ele eh ao menos 50% da apresentação), a postura, como a postura é importante! E o falar com o coração, é necessário ter o texto estudado, mas ao declamar, ao contar a história você precisa sentir o que está falando, e sabe-se que um operador do direito ao defender suas idéias precisa acreditar no que fala, e mais que isso mais que acreditar no que está falando, ele precisa fazer com que as pessoa que estão ao seu redor percebam que ele acredita!



Quando se ama o que se faz, se faz com prazer, e eu amo trabalhar neste projeto de incentivo a leitura. E acredito, que não é utopia, um dia teremos um país de leitores.. Pois como diria Ana Maria Machado, "a leitura é uma viagem de cores, sonhos  e sabores."

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